Motorista bate e deixa bilhete para fingir que que escrevia seus dados

Visto ao bater em carro deixa bilhete: 'Estou a fingir que deixo meus dados' Flagrante foi feito na segunda na UnB; dono do veículo não foi identificado. 70 mil pessoas e 20 mil automóveis circulam pelo campus por dia, diz PM.

O estudante de educação física Luiz Filipe Rosa, de 22 anos, ficou indignado ao encontrar um recado “cara de pau” no parabrisa do automóvel de um desconhecido em um estacionamento da Universidade de Brasília. No bilhete, uma pessoa identificada como João afirmava ter batido acidentalmente no veículo e que escrevia o recado para fazer com que as testemunhas achassem que ele estava deixando algum contato (veja acima).

Bilhete deixado em parabrisa de carro avisa que motorista bateu no veículo, mas escreveu apenas para fazer testemunhas pensarem que ele deixava contato (Foto: instagram/Reprodução)
O flagrante foi feito na tarde de segunda-feira (7), no ICC Sul. No texto, o motorista infrator diz: “Olá, o meu nome é João. Bati acidentalmente no seu carro e alguém viu. Por isso, estou a fingir que escrevo os meus dados. Desculpe, João”.
Revoltado, Rosa postou a foto em uma rede social, que foi curtida por mais de 70 pessoas. “Sou fissurado em carros e sempre tive medo de que isso acontecesse com o meu. Sempre paro em vagas diferentes, mais afastadas ou de ponta, justamente para evitar uma situação do tipo. Já vi acontecer."
Segundo o estudante, o carro sofreu alguns arranhões, aparentemente por um veículo em marcha a ré. Rosa diz que se colocou no lugar do dono do automóvel e que ficou ainda mais chateado com a situação.
“Não tenho nem ideia de quem é [o proprietário], mas me deu raiva por ele. Se fizessem isso com o meu carro, com essa ironia ainda, eu ia querer matar”, brinca. “Fiquei com aquela cara de indignação, custei a acreditar que a pessoa parou e teve a cara de pau de fazer isso. Ainda é alguém inteligente, né, para pensar em uma saída dessas, se safar assim.”
O G1 procurou a UnB para saber se as câmeras de segurança do local flagraram o incidente, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. Dados da Polícia Militar apontam que, diariamente, 70 mil pessoas e 20 mil carros circulam pelo campus Darcy Ribeiro, onde aconteceu o registro.
Experiência positiva
Em setembro do ano passado, a administradora Lívia Kotama também se surpreendeu ao pegar o carro atrás dos anexos dos ministérios do Trabalho e da Saúde. Mas, no caso dela, o recado trazia uma boa notícia. "Você esqueceu seu carro destrancado e com os vidros abertos. Tomei a liberdade e fechei tudo. Lucas", dizia o bilhete.

No automóvel, avaliado em R$ 20 mil e que tem alarme e vidro elétrico, havia uma mala com itens de academia, tênis, perfume, sandálias de dança, casaco, som e CDs.
"Eu nem imaginava que poderia ter deixado o carro aberto, porque além de travar com o alarme eu sempre verifico pela maçaneta se [o veículo] realmente está fechado", disse Lívia na época. "Fiquei muito surpresa por ter esquecido e mais ainda por alguém ter fechado por mim. A sensação é de que nem tudo está perdido, ainda existem pessoas de bem."
A administradora também declarou que não tinha a mínima ideia de quem era Lucas e afirmou que não pretendia que ele seja encontrado. "Ele sabe que fez o bem. Quero só que as pessoas aprendam com o exemplo dele, que ajudem o próximo mesmo sem saber quem é, mesmo sem receber nada em troca", afirmou.

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