Jovem cria site para vender ingressos e fatura R$ 2,3 milhões em poucos meses


A venda de ingressos online para festas da universidade se transformou no negócio de Gabriel Benarrós, 24. Ele é fundador da Ingresse, site que vende ingressos para eventos, de festas particulares a grandes shows.
Nos primeiros oito meses de operação, a companhia faturou R$ 2,3 milhões. A meta é faturar R$ 4,5 milhões em 2013, com a comercialização de 60 mil ingressos.
Na página, qualquer pessoa pode cadastrar seu próprio evento e vender ingressos, pagando uma taxa de 10% sobre o valor de cada tíquete.
A empresa, que iniciou suas atividades em janeiro deste ano, também criou um aplicativo que permite a validação dos ingressos via celular.
Além de eventos pequenos, Benarrós e o sócio, Marcelo Henrique, também comercializam entradas para festas universitárias de médio porte e eventos de grande porte, como os shows de Beyoncé e Bon Jovi.
A ideia de negócio surgiu quando ele ainda era estudante de economia comportamental na universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
Durante a organização de uma festa para os estudantes, um dos dormitórios participantes, que ajudaria a financiar o evento, desistiu em cima da hora. Para cobrir o rombo no orçamento, ele resolveu vender ingressos online.
"Com o sucesso da iniciativa, resolvi pesquisar o mercado brasileiro e vi que não havia nenhum negócio do tipo. Continuei aprimorando a ideia, um dos meus professores se interessou e se tornou investidor-anjo", declara Benarrós.
A meta era arrecadar R$ 600 mil para tirar a ideia do papel, mas ele conta que, três meses depois, já tinha R$ 3 milhões em oferta de interessados em financiar o projeto. O capital inicial total foi de R$ 2,5 milhões, proveniente de investidores-anjo e fundos de investimento.
Empresa nasceu em Manaus
De volta ao Brasil, Benarrós, que nasceu em Manaus (AM), escolheu sua cidade natal para testar o negócio, em março de 2012.
"É um mercado interessante porque é grande e isolado. A região concentra mais de um milhão de pessoas, é o quinto PIB (Produto Interno Bruto) do país, e não há concorrentes que pudessem copiar a ideia", afirma.
Feitos os ajustes necessários no primeiro modelo, ele instalou a empresa em São Paulo, em janeiro de 2013. Até agosto, já tinham sido comercializados R$ 2,3 milhões em ingressos. Para concorrer com grandes empresas do setor, ele aposta em preço e tecnologia.
"Enquanto outras empresas do mercado cobram comissões de 20% a 30%, a nossa é de 10%. Oferecemos tecnologia avançada, que dispensa a necessidade de escâner ou catraca na porta do evento para validação dos ingressos. Disponibilizamos grátis um aplicativo de celular que faz isso", declara.
Integrada a redes sociais como o Facebook, a empresa também oferece a possibilidade de ver os assentos dos amigos que irão a um mesmo evento.
A empresa possui 36 funcionários, de perfil técnico e comercial, para prospectar clientes de médio e grande porte.
"Os clientes pequenos chegam até nós sozinhos, por pesquisas na internet ou indicações; então, não precisamos procurá-los", diz Benarrós.
Nos próximos meses, a Ingresse pretende abrir escritórios no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife.
Inovação contínua e testes prévios são cuidados necessários para start-ups
Marcelo Pimenta, professor do curso Laboratório de Start-ups da ESPM, diz que a inovação constante é uma característica indispensável para as start-ups, empresas de tecnologia iniciantes.
"Este tipo de empreendedor não pode se acomodar. Existem milhares de pessoas querendo se destacar no mercado, por isso, é importante sempre trazer novidades, integrar tecnologias, oferecer novas opções de formas de pagamento", diz.
O aplicativo que permite validar ingressos diretamente no aparelho de celular dispensa uso de catracas ou escâner para leitura de código de barras na entrada do evento
Para abrir um negócio deste tipo, o professor afirma que o recomendado é sempre aplicar o mínimo possível de capital, criar um modelo de teste para o negócio, e ir aprimorando e investindo mais ao longo do tempo.
"O melhor jeito de empreender em start-ups é investindo aos poucos. Conforme o mercado for respondendo à ideia, o empreendedor vai aprimorando o negócio. É arriscado colocar muito dinheiro num negócio novo e nunca testado", declara.
Onde encontrar:
www.ingresse.com.br
Fonte: iG
